quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O nascimento do prazer (trecho)



O prazer nascendo dói tanto no peito que se prefere sentir a habituada dor ao insólito prazer.

A alegria verdadeira não tem explicação possível, não tem a possibilidade de ser compreendida - e se parece com o início de uma perdição irrecuperável. Esse fundir-se total é insuportavelmente bom - como se a morte fosse o nosso bem maior e final, só que não é a morte, é a vida incomensurável que chega a se parecer com a grandeza da morte.

Deve-se deixar-se inundar pela alegria aos poucos - pois é a vida nascendo. E quem não tiver força, que antes cubra cada nervo com uma película protetora, com uma película de morte para poder tolerar a vida. Essa película pode consistir em qualquer ato formal protetor, em qualquer silêncio ou em várias palavras sem sentido.

Pois o prazer não é de se brincar com ele. Ele e nós.

Clarice Lispector


E que eu me perca e me encontre sempre em vc!

E onde me encontra, me encontro e me perco ... me sinto um e nós dois, além do mundo e das coisas, além do que se explica. Onde se sente e se torna sentimento. O amor. onde lugar nenhum é onde tudo existe...te amo, sempre!

Alê

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